Queridas companheiras, queridos companheiros,
Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é para mim um dia extraordinário.
Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro. A obra de um líder - meu líder - de quem muito eu tenho orgulho: o presidente Lula, o Lula. Jamais pensei que a vida me reservasse tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo - com humildade, com serenidade e com confiança.
Neste momento, ouço a voz da minha Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude. Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar, sim, pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:
“Teus ombros suportam o mundo/
E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje eu sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu. Que força naquele momento ela me deu. Quanta vida ela me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou. Eram, naquela época, tempos difíceis.
Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – pelos gaúchos generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos. Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta - Mário Quintana - a força necessária para seguir em frente. Mário Quintana disse:
“Todos estes que aí estão/
Atravancando o meu caminho,/
Eles passarão.
Eu passarinho.”
Eles passaram e nós hoje voamos livremente.Voamos porque nascemos para ser livres.
Sem ódio, sem revanchismo e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola, numa jaula ou numa prisão.