segunda-feira, 15 de março de 2010

Nota de Repúdio

Depois de um longo processo histórico de massacres e resistências de índios, negros, pobres, trabalhadores(as) e mulheres, a sociedade civil brasileira, por meio de suas organizações, firmou-se como protagonista dos rumos da nossa Pátria, construindo ferramentas democráticas e com participação ativa no controle das políticas públicas, na luta contra a corrupção, na proposição de leis que favoreçam o bem comum, na mobilização popular pelos direitos humanos, sociais, civis e ambientais, consolidando assim, o Estado Democrático de Direito.
Por tudo isso, lamentamos profundamente a onda de violência e desrespeito á Dignidade Humana, praticada contra os direitos civis da liberdade de expressão e do direito da população á informação, que vem se desencadeando nos últimos tempos no município de Iguatu, iniciada por meio de uma forma de violência verbal já presente em alguns veículos de comunicação.

Assim é que, na madrugada de 12 de fevereiro cinco jovens foram seqüestrados em Iguatu, mantidos em cárcere privado, espancados, humilhados e submetidos a métodos cruéis de tortura física e psicológica, num espetáculo animalesco que representa um verdadeiro atentado á Dignidade da Pessoa Humana. Estes fatos estão registrados no processo Nº 2002-28.2010.8.06.0181/0, que se encontra no Tribunal de Justiça do Estado.

Não bastasse a gravidade e a natureza hedionda dos crimes praticados, o que por si só já é motivo de revolta e indignação de toda a população de Iguatu e região, a motivação desses crimes cometidos com o objetivo de silenciar, reprimir o exercício da liberdade de expressão e direito á informação, e a relação institucional entre os supostos autores materiais destas barbaridades e a esfera do Poder Político, representam um imenso retrocesso histórico e político e elevam a importância este caso, a exigir uma repulsa de toda a sociedade.

Conclamamos a sociedade em geral a levantar, no seu coração, a bandeira da solidariedade, da justiça e da paz, e repudiar com veemência estas práticas arbitrárias de violência e terror contra a população, que vem espalhando medo e insegurança na comunidade Iguatuense.

Faz-se necessária uma enérgica mobilização de todos/todas para que cobremos das autoridades constituídas, Ministério Publico e Poder Judiciário, uma apuração efetiva e célere acerca destes fatos lamentáveis apontando e punindo os seu autores, executadores e eventuais mandantes, para que possamos reafirmar sempre: TORTURA, NUNCA MAIS!

Que se faça justiça para que haja a paz! E cessem a violência e a impunidade!

COMIÇÃO PROVISÓRIA JUSTIÇA E PAZ DOM OSCAR ROMERO/DIOCESE DE IGUATU; ORDEM DOS ADVOGADOS DO NBRASIL – OAB SUBSEÇÃO DE IGUATU, ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES DE IGUATU – AMI, FUND. DE APOIO AOS JOVENS DE IGUATU – FAJI, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ROTARY CLUBE DE IGUATU, SIND. NACIONAL DOS SERVIDORES DA EDUCAÇÃO FEDERAL – SINASEFE IGUATU, SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS, ASSOCIAÇAO DOS ATINGIDOS DE IGUATU, ASSOCIAÇAO DOS PEQUENOS PRODUTORES E PROFICIONAIS DA GAMELEIA, SINDICATO DOS BANCARIOS, CAMARA DOS DIRIGENTE LOGISTAS DE IGUATU – CDL, ASSOCIAÇAO DOS PRODUTORES DO FOMENTO IGUATU, SINDIELETRO, SINDSAUDE- IGUATU, ENTIDADES QUE COMPOEM O FORUM MICRORREGIONAL PELA VIDA NO SEMIÁRIDO: COMISSÃO PASTORAL DA TERRA DIOCESANA – CTP, SIND. DOS TRAB. DO SER. PUÚ. FEDERAL NO EST. DO CEARÁ – SINTSEF IGUATU, INSTITULO ELO AMIGO, CÁRITAS DIOCESANA DE IGUATU, CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS/ANTONIO CONSELHEIRO – SENADOR POMPEU, PASTORAL DA CRIANÇA DIOCESANA, COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE – CEBs, ASSOCIAÇÃO DAS MILHERES DE SÃO PEDRO – AMUSP/JUCAS, FUNDAÇÃO SÃO JOSE – SABOEIRO, FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇOES DE PEDRA BRANCA E ENTIDADES COMUNITÁRIAS – FATEC, SINDICATO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS RURAIS DE PEDRA BRANCA, REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ – RECID/CE, CRÍTICA RADICAL CEARÁ.

Um comentário:

  1. acho que quem leu este documento elaborado por ONGs de respaldo da cidade de Iguatu com certeza acredita que essa é a melhor forma organizada de repudiar essa violência na cidade.
    Lucia Morais

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